Estava a lavar a panela
E viu no chão da cozinha
Uma brilhante rodela.
Era uma moedinha.
Carochinha pegou nela
E foi logo à tendinha
Comprar uma fita amarela.
Tão vaidosa, a carochinha
Foi logo pôr-se à janela
A perguntar a quem vinha
Se queria casar com ela.
Veio o gato da vizinha
E deu uma miadela.
Não o quis a carochinha.
- Ai que susto! – disse ela.
Veio o porco da hortinha
E deu uma roncadela.
Não o quis a carochinha.
- Ai que susto! – disse ela.
Veio um cão mesmo à beirinha
E ladrou para a janela.
Não o quis a carochinha.
- Ai que susto! – disse ela.
Veio um burro lá da vinha
A zurrar pela viela.
Não o quis a carochinha.
- Ai que susto! – disse ela.
Um rato de bengalinha
Veio a chiar com cautela.
Já o quis a carochinha
Para ali casar com ela.
Com o padrinho e a madrinha,
Foram logo para a capela,
Ela de seda branquinha
Ele todo de flanela.
- Perdi a minha luvinha -
Disse o rato para ela.
Logo voltou para a casinha
E foi espreitar a panela.
Que bom cheiro dali vinha:
Era sopa de morcela.
O rato pôs-lhe a patinha
E caiu para dentro dela.
Chora agora a carochinha:
- Ai de mim, pobre donzela.
Sou a triste viuvinha
Deste rato magricela.
Mas chegou uma cartinha
De um carocho tagarela
Que casou com a carochinha.
E acaba aqui a novela.
Tão gira, esta versão! Obrigada. Estou deliciada a ouvir e/ou ler as suas histórias. Bem Haja.
ResponderEliminarEstou deliciada a ouvir e/ou ler as suas histórias. Bem haja.
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