domingo, 16 de setembro de 2012

A marcha do futuro



Primeiro, pingaram algumas gotas dispersas, qual chuvisco de Verão. Gota a gota, o caudal engrossou, até se transformar numa torrente imparável. E a torrente fez-se rio, um rio de gente corajosa, ocupando as cidades.
Vieram novos e velhos, trazendo a força dos sonhos atraiçoados, uma réstia de esperança, um grito na garganta. Por isso, armaram-se apenas com palavras, algumas muito duras… porém verdadeiras. Encheram praças e avenidas, quebrando a letargia de um país adiado. Exigindo um futuro!

Resposta ao desafio nº 18 do blogue 77palavras.blogspot.pt de Margarida Fonseca Santos.

sábado, 1 de setembro de 2012

Maria não vai com as outras




Maria não vai com as outras, não.
Ela só vai onde a leva o coração.
Se a querem por companhia,
Que a esperem …ou que se vão.
Maria não pode ir agora,
Pois mergulhou nas ondas da paixão.

[Participação no desafio 23 da página «Escrita de Microficção». Tema: «À espera de Maria».]

O anel de Lena




Lena é uma jovem alegre e desinibida que adora roupas coloridas. O seu riso contagiante faz com que todos a estimem. Sabem que Lena perdeu o pai num acidente trágico e que, por isso, a mãe sofre de uma constante depressão. E que é a coragem, a alegria e o amor da filha que a mantêm viva…
No entanto, em segredo, Lena afaga o pequeno anel que o pai lhe deu e chora amargamente a sua ausência.

Resposta ao desafio nº 17 do blogue 77palavras.blogspot.pt de Margarida Fonseca Santos.

Blue moon


Desafiou-a a ir ter com ele ao alto do monte. À luz da segunda lua cheia de Agosto, renovariam os votos que tinham feito há anos atrás. Esperou toda a noite. A lua apareceu, Maria não.

[Participação no desafio 23 da página «Escrita de Microficção». Tema: «À espera de Maria».]  

O irresistível aroma da tarte de amora




Da janela entreaberta, desprendia-se um aroma irresistível. Pedro e Afonso largaram a bola e aproximaram-se, sorrateiros, do quintal da vizinha. Mal os pressentiu, o anafado gato amarelo bufou e esgueirou-se para cima de uma árvore.
Parados debaixo do parapeito, puseram-se à escuta, até se certificarem de que não havia ninguém na casa. Pedro ajoelhou-se, Afonso subiu e lançou a mão à bela tarte de amora. De repente, sentiu que alguém o puxava para dentro. Tinha sido apanhado!

Resposta ao desafio nº 17 do blogue 77palavras.blogspot.pt de Margarida Fonseca Santos.