Sobre um país distante, abateu-se uma violenta seca que desertificou os campos e deixou a população quase sem nada para comer.
Houve um dia que restavam apenas cinco tomates maduros, um pimento verde, um pepino, uma cebola, quatro dentes de alho, uma pitada de sal, um restinho de azeite, uma pinga de vinagre de vinho, um molhinho de orégãos e três fatias de pão de véspera.
Reunido o Conselho de Estado, foi decido juntar tudo e fazer um gaspacho, porque já não havia dinheiro para o gás, o que permitiria fazer uma sopa quente. O gaspacho foi então distribuído à população faminta que o saboreou deliciada. Houve até quem lambesse a terrina.
Fez-se depois um concurso onde se decidiu canonizar tão sublime iguaria, que havia salvo o povo da inanição. E foi assim que, naquele país, o gaspacho foi eleito a melhor papa de sempre.
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