Aquando da constituição do novo governo, uma panela de sopa pegou no cartão do partido e foi pedir satisfações ao primeiro-ministro recém-eleito: que sempre tinha sido uma militante dedicada, que se fartara de colar cartazes, de distribuir panfletos e autocolantes e até gastara o seu latim a tentar convencer os eleitores da rectidão do programa eleitoral. E o resultado estava à vista: maioria absoluta! Decerto que ela merecia um lugarzinho no novo governo.
- Uma panela de sopa? Mas a senhora não se enxerga? Ainda se fosse um tacho… Ora esta! - retorquiu o primeiro-ministro.
Mas a panela de sopa não se deixou intimidar e respondeu-lhe:
- Não se abespinhe, que não vale a pena. Sou uma mera panela de sopa, mas já matei a fome a muita gente.
E o primeiro-ministro teve que se render às evidências, nomeando a panela de sopa para Secretária de Estado da Alimentação.
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