O Ogre da Cornualha plantou no seu jardim uma laranjeira. Durante vários anos, nunca frutificou, embora ele cuidasse dela com todo o esmero.
Até que, finalmente, ao sétimo ano, vingou uma laranja. Quando esta amadureceu, o Ogre saboreou-a, deliciado, e desistiu da ideia de arrancar a laranjeira.
Ao oitavo ano, a árvore deu quatro laranjas. Ao nono, deu oito.
- Está a progredir! - exultou o Ogre.
No entanto, ao décimo ano, a laranjeira deu apenas três... pintassilgos.
Desiludido, o Ogre questionou-se:
- Como-os ou deixo-os ir?
Alvoroçada, a mãe pintassilga implorou:
- Não! Por favor, não os comas! Se os deixares ir, prometo que, todas as Primaveras, voltaremos aqui, para vos embalar, a ti e à tua laranjeira, com as nossas canções.
O Ogre aceitou.
- Está bem. De qualquer forma, mal davam para a cova de um dente! E duvido que sejam tão doces como os frutos da minha laranjeira.
Desde então, os pintassilgos continuam a nidificar ali e o Ogre tem sempre laranjas doces e sumarentas para saborear.
Sem comentários:
Enviar um comentário