Contos curtos de Carlos Alberto Silva, resultado das colaborações na página do Facebook «Escrita de microficção», no blogue «77 palavras» e outros. [Todos os textos são redigidos em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
sábado, 21 de julho de 2012
Namoro efémero
Uma bola de Berlim apaixonou-se por um pastel de nata.
O namoro acabou na boca de uma banhista.
[Participação no desafio 17 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Desencontro amoroso à beira-mar».]
Receita da bola de Berlim: http://fofinhos-quentinhos.blogspot.pt/2010/06/bola-de-berlim.html
Receita do pastel de nata: http://asminhasreceitas.com/receita/pastel-nata
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Maresia
Tímida, fugiu a maresia, face às investidas do sol de Verão.
[Participação no desafio 17 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Desencontro amoroso à beira-mar».]
A saga do tio Arlindo (7)
O tio Arlindo detestava praia… até ver a viúva em monoquini.
[Participação no desafio 17 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Desencontro amoroso à beira-mar».]
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tio Arlindo
Superstição!
Como não era supersticioso, aproveitou a promoção da Pensão
Gato Preto. Só que as coisas não correram bem. Depois do nevoeiro lhe ter
estragado o dia de praia, foi para o quarto. A cama rangia como cem demónios
arrenegados. A luz do candeeiro piscava de forma sobrenatural. Inoperacional, a
TV exibia apenas uma estranha «chuva miudinha». Resignou-se. Desligou tudo,
deitou-se no tapete e dormiu como um anjo.
Que mais poderia esperar de uma sexta-feira 13? Era barata...!
[Resposta ao desafio nº 13 do blogue 77palavras.blogspot.pt, da escritora Margarida Fonseca Santos.]
quarta-feira, 18 de julho de 2012
A partilha
Um cão e um gato bifaram uma bela posta de lombo assado.
«Agora, vamos manjá-la juntos», rosnou o cão. «Está bem,
anda», bufou o gato, arrebatando o pitéu para cima de um telhado.
[Participação no desafio 16 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
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fábulas imorais
A saga do tio Arlindo (6)
Querendo vingar-se da traição do outro, o tio Arlindo ligou
para a viúva. Inventou: ele e o Lopes tinham sido amantes; soubera agora que
tinha sida.
Só então deu pela asneira…
[Participação no desafio 16 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
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tio Arlindo
domingo, 15 de julho de 2012
O lobo motard
Embrenhando-se cada vez mais na floresta, a rapariga do capuz vermelho gritava a plenos pulmões:
- Lobo, loooobo, onde estás? Não adianta esconderes-te. Eu
encontro-te sempre…
Dissimulado atrás de um arbusto, o lobo fazia o que podia
para se ocultar. Não lhe apetecia nada aturá-la. Mas ela, que já lhe conhecia as manhas,
descobriu-o num instante.
- Eu não disse que te encontrava? Agora traz lá a mota
e vamos dar uma volta até à Caparica…
A saga do tio Arlindo (5)
Ao tio Arlindo doía-lhe a traição do Lopes. Caíra na asneira
de o apresentar à viúva a quem cortejava e o outro passou-lhe a perna. Acabara
de os ver, a arrulhar, na tasca do espanhol.
[Participação no desafio 16 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
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tio Arlindo
O pedido
Teve de emigrar, mas não pôde levar a mulher. Foi ter com o
seu melhor amigo e deixou-a sob a sua protecção, pedindo-lhe que tratasse dela
como se fosse sua.
O amigo levou o pedido à letra.
[Participação no desafio 16 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
Em tempo de guerra...
Regressado das manobras de campo, o capitão apanhou a mulher
na cama com o seu melhor amigo. Pegou numa chibata e desancou-os. Furiosa, ela
fez a ronda completa ao pelotão.
[Participação no desafio 16 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
sábado, 14 de julho de 2012
Decepção
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Jean Veber - Les Lutteuses (pormenor) |
A amizade entre a Gata Borralheira e a Bela Adormecida acabou no dia em que ambas descobriram que o príncipe era o mesmo.
[Participação no desafio 16 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
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escrita de microficção
O camelo o burro e a água
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Ilustração de Merli (Brasil) para o livro infantil com o mesmo título. |
Especialistas em meter água, foram corridos do zoo à mangueirada. O camelo foi para Massamá, borrifar o jardim e o burro foi para Tomar, regar a horta.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Discurso eleitoral
- Votem em mim - disse o lobo -. Chegámos a uma nova era. Lobos
e ovelhas são agora amigos inseparáveis.
Embora desconfiadas, as ovelhas deixaram-se ir na conversa. Azar
o delas.
[Participação no desafio 16 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Amizade Traiçoeira».]
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fábulas imorais
quarta-feira, 11 de julho de 2012
A dança das cadeiras
Veio o primeiro porco e sentou-se. Organizou o banquete a seu jeito, comeu quanto quis e aos restantes bichos deixou umas migalhas. O segundo, o terceiro e o quarto fizeram igual, bem como os que se lhe seguiram. Quando já não havia nem migalhas para distribuir, acusaram os outros bichos de viver acima das suas (deles) possibilidades...
terça-feira, 10 de julho de 2012
Arrependido
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A Youth on His Knees in Front of a Lady - Konstantin Somov |
Ajoelhado a seus pés, jurou que estava arrependido de se ter arrependido
de namorar com ela. Lembrou que, quando a conhecera, achara que nunca ficaria arrependido de assumir esse compromisso.
Afinal, não sabia porquê, tinha-se arrependido,
e quanto a isso, não havia nada a fazer. Agora que estava arrependido de se ter arrependido,
queria voltar para ela. Isto, se ela o perdoasse por se ter arrependido.
Confusa e perturbada com tais artifícios argumentativos, ela
mandou-o à mãe.
[Resposta ao desafio nº 12 do blogue 77palavras.blogspot.pt, da escritora Margarida Fonseca Santos.]
O castigo da Bela adormecida
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A bela adormecida - Viktor Vasnetsov |
- Acorda, Bela, que o sol já vai alto e tens o linho para
fiar. Anda, não sejas preguiçosa.
Era sempre a mesma chatice todas as manhãs. Mas haviam de
pagá-las, pensava a moça, sonolenta.
Um dia, apanhou umas certas ervas e misturou-as
no caldo da ceia. Caíram todos num sono profundo. Agora é que dormiria até se fartar, pensava Bela.
Na manhã seguinte, o carteiro, dando com toda a gente a
dormir, foi-se à rapariga e roubou-lhe «os frutos do amor».
Nove meses depois, são os dois filhos gémeos que a acordam,
de quatro em quatro horas.
Assédio na pastelaria
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Hänsel und Gretel - Darstellung von Alexander Zick |
João e Maria eram dois irmãos que trabalhavam na pastelaria
«Floresta», propriedade de uma bruxa lasciva chamada Ambrósia. Como o desejo de
Ambrósia era «comer» o rapaz, fazia trabalhar a irmã de sol a sol, enquanto o
apaparicava com mimos. Mas ele... moita! Farta da situação, Maria foi fazer
queixa ao sindicato e receberam ambos uma bela indemnização. Falida e sem conseguir
«molhar a sopa», a velha rebentou de raiva. Pum!
Metamorfose
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Estátua de «A pequena sereia» em Copenhaga. |
Lá para os lados de Rabo-de-Peixe, conta-se a história de um
jovem pescador que se apaixonou por uma sereia. A coisa deu para o sério e até casaram
e tudo. Vinte anos depois, desiludido, ele perde-se pelos botequins da Ribeira
Grande. É que ela, hoje, está transformada numa baleia…
Podolatria
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Cinderella doll - Marina Bychkova |
A dos sapatos de cristal anda inconsolável. O tal príncipe fetichista
que conheceu no baile fartou-se dela e agora só se interessa por lambisgóias
com chinelas de porcelana.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Operação Branca de Neve
Eram sete e estavam à espera que ela fizesse alguma coisa.
Mas ela estava farta de lavar louça, fazer camas e limpar o pó. Desapertou o
corpete, tirou a saia e a blusa, agarrou-se ao varão e mostrou toda a sua sensualidade.
Funcionou! Agora, farão eles o que ela mandar…
Equívoco fatal
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Frog Prince - Kevin Eslinger |
Prestes a ser empalado pela canalha cruel, o sapo bem
tentou explicar que era um príncipe encantado. Não quiseram saber e, à falta
de melhor, usaram uma lasca de espelho partido.
[Participação no desafio 15 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
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escrita de microficção
Espelho meu
- Espelho meu, espelho meu, haverá no mundo alguma gaja mais
gira e esperta e culta e dotada do que eu?
- Ora, deixa-te de palermices, Clemenciana. Sai de pé do
espelho e vem arranjar as unhas dos pés à Dona Rosa, que está com pressa.
A evasão de Rapunzel
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Rapunzel - Florence Harrison |
Os cabelos de Rapunzel eram tão eficazes como uma escada de
corda. E se serviam para subir, também serviam para descer. Por isso, farta de
esperar por um príncipe que nunca mais aparecia, evadiu-se da torre e foi-se à
vida. Arranjou emprego numa corporação de bombeiros e tornou-se especialista em
salvamentos.
O futuro da Europa?
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O rapto de Europa - mosaico romano |
Epónima do velho continente, a deusa Europa indaga o futuro
no seu espelho de prata. Aterrorizada, antevê a aniquilação do seu povo sob o
jugo de uma herética chamada Troika.
[Participação no desafio 15 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
A rã e o príncipe.
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P. J. Lynch - The frog prince |
Ouviu contar que uma garina tinha beijado um sapo e este
se transformou em
príncipe. Riu-se. Também já beijara uma rã. Alucinogénica. Sentira-se
como um verdadeiro príncipe...
A tragédia da mosca
Perseguida pelo enfurecido empregado do café, a mosca decidiu
pousar sobre o espelho do lavabo. Paf! Foi aí que deixou de zumbir para sempre.
[Participação no desafio 15 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
A saga do tio Arlindo (4)
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Pantalone - Personagem da Commedia italiana. |
O tio Arlindo sentia-se como um condenado à morte. Agora que se habituara a
ele, um postal convocava-o para uma consulta, a propósito do seu problema de
lateralidade intermitente…
[Participação no desafio 15 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
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tio Arlindo
«A fuga de Wang Fo»
Antes de se cumprir a sentença do Imperador, Wang-Fô teria de
terminar um quadro inacabado. Foi dentro dele que, com o seu discípulo Ling, se
escapou de barco na linha do horizonte.
Resumo do conto do mesmo nome (ou com o título «A salvação de Wang-Fô») de Marguerite Yourcenar, em 150 caracteres. O original pode ser encontrado AQUI.
Naufrágio
Ainda bem que mandara à família, no dia anterior, aquele
postal com uma foto sua. A visão da barbatana do tubarão a rondá-lo deu-lhe a
certeza de que não escaparia vivo do naufrágio.
[Participação no desafio 15 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
Reflexo
Quem seria aquele velho que vira no reflexo do vidro, a
caminho da sala de execução? Estivera tanto tempo à espera daquele acto final,
que já nem se reconhecia a si próprio…
[Participação no desafio 15 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
domingo, 8 de julho de 2012
Fama
Atingido mortalmente por uma bala, no fogo cruzado entre a
polícia e os assaltantes, ainda teve tempo de pegar no telemóvel e mandar uma
foto da sua agonia para o «feicebuque».
[Participação no desafio 15 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
Vida a crédito
Morto ou vivo, jamais lhe tirariam o gosto pelos fatos Armani
e pelos carros de alta cilindrada. Olhou os cartões de crédito inúteis, ajeitou
o cabelo e mergulhou no vazio.
[Participação no desafio 15 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Auto-retrato de um condenado à morte».]
Bigode
Palavra de honra, disse, quem foi o engraçadinho que fez um
bigode no meu quadro?
[Participação no desafio 14 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
Abandono escolar
Sem honra, nem glória, desistiu da escola, farto de ir ao
quadro.
[Participação no desafio 14 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
«Decência»
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Nu na rede - Óscar Pereira da Silva (truncado) |
Pegou no pincel e honrou o quadro. Era um nu indecente. Agora, já não.
[Participação no desafio 14 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
sábado, 7 de julho de 2012
Quatro em um
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Quem será o personagem mistério? |
1. Onze valores. Era quanto valia a honra daquele quadro.
2. Para o chefe, a falta de honra do seu quadro era «um não
assunto».
3. Era um quadro turvo com uma honra ainda mais turva. Foi
turbo-licenciado.
4. O rasto de um governante sem honra é um quadro devastador.
[Participação no desafio 14 da página «Escrita
de Microficção». Tema: «Quadro de honra».
Escritos a partir de um assunto da actualidade política nacional]
A saga do tio Arlindo (3)
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Pantalone - Personagem da Commedia italiana. |
O quadro de honra do tio Arlindo estava cheio de paradoxos:
tinha axiomas esquerdinos e jactâncias dextras.
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
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tio Arlindo
Risco
Oculto atrás do quadro, um envelope põe em risco a honra
dele.
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
Declaração de inocência
Ferido na sua honra, escreveu no quadro: não fui eu!
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de honra».]
Pose
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Nu - Picasso |
Ela estava disposta a perder a honra, depois ter posado para
o quadro dele. Ele mandou-a vestir.
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de Honra»]
[Participação no desafio 14 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Quadro de Honra»]
Reclusão
[Participação no desafio 13 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Prisão domiciliária».]
A saga do tio Arlindo (2)
![]() |
Pantalone - personagem da Commedia italiana. |
Quase em prisão domiciliária vivia o tio Arlindo. Devido às
suas crises de lateralidade, só se atrevia a sair de casa aos domingos. Nos
dias «dextros» lia os jornais e nos «esquerdinos» coleccionava telenovelas.
[Participação no desafio 13 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Prisão domiciliária».]
[Participação no desafio 13 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Prisão domiciliária».]
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escrita de microficção,
tio Arlindo
Trabalho a dobrar
- Jaime - disse o pai - estás promovido. Mas agora trabalhas
a dobrar...
O rapaz largou a vassoura, pegou num molho de camisas e
agradeceu a sua nova tarefa na lavandaria da família.
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
A fera atraiçoada
Em público, era um cavalheiro, mas virava fera mal entrava em casa. A mulher, vítima das
suas fúrias, ruminava planos de vingança. Um dia, aproveitando a passagem de um
circo, fugiu com o domador de leões.
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
Aventuras intra-conjugais
Anos de casamento trouxeram a rotina e o tédio.
Secretamente, começaram ambos a procurar parceiros de aventura nas redes
sociais. Reencontraram-se num quarto de hotel, depois de se terem seduzido um
ao outro sob identidades supostas.
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
A saga do tio Arlindo (1)
![]() |
Pantalone - personagem da comédia italiana |
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
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escrita de microficção,
tio Arlindo
O não-dilema do careca
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Máscara de Amável Antão (Trás-os-Montes) |
Ele já sabia a história do homem que tinha uma mulher nova e
outra velha e como uma lhe arrancara os cabelos brancos e a outra os pretos.
Encolheu os ombros: era careca.
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
As fotos da tia Emília
Pedro fecha a revista gasta e desbotada e esconde-a atrás do armário do WC.
No dia seguinte, voltará a babar-se sobre as fotos desnudas
da tia Emília.
- Era podre de boa, a velha.
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
[Participação no desafio 12 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Família com vida dupla».]
Provérbios à mãe
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Mother and Child - Jean-Baptiste Greuze |
As [mães] apressadas parem os filhos [e seguem].
[Enquanto a mãe não chega], a fome [do filho] é a melhor
cozinheira.
A lei [da mãe] é dura, mas é para se cumprir [quase sempre].
«Albarda-se» o filho à vontade [da mãe]? Burro!
Ande o frio por onde andar, [a mãe há-de cá estar para nos
agasalhar].
Antes quero [mãe] que me [en]leve, que [madrasta] que me
derrube.
Ao menino e ao [tacho] põe [a mãe] a mão por baixo.
As [más] aparências [do filho] [des]iludem [a mãe].
[Participação no desafio 11 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Humor de mãe».]
[Participação no desafio 11 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Humor de mãe».]
Segredo
![]() |
Temptation (Mother and Child) by William-Adolphe Bouguereau |
«Vou contar-te um segredo, mãe. Parei os relógios todos cá
de casa e o tempo anda desorientado. Assim, ficarás sempre comigo.»Mas a mãe tinha dentro de si um tiquetaque inadiável...
[Participação no desafio 11 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Humor de mãe».]
[Participação no desafio 11 da página «Escrita de Microficção». Tema: «Humor de mãe».]
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