domingo, 17 de fevereiro de 2008

O «croissant» solitário


Um «croissant» simples vivia só, num apartamento dos subúrbios de uma grande cidade. As noites passava-as ele bem, porque trabalhava numa padaria e o odor do pão acabado de cozer fazia-o esquecer todas as suas mágoas. O pior era de dia, quando voltava para casa e se confrontava com a sua solidão.
Um dia, pôs um anúncio no jornal, propalando o seu desejo de arranjar uma companheira.
Responderam duas candidatas: uma elegante fatia de queijo e uma saudável e vigorosa fatia de presunto. Se uma reunia o requinte e a sofisticação próprias das damas da alta sociedade, a outra tinha todo o encanto das gentes enérgicas do campo.
Depois de um tempo de indecisão, acabou por ficar com as duas, a dama e a camponesa. Vivem os três em alegre harmonia, numa vivenda de Cascais que o «croissant», agora misto, recebeu de herança.

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