segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Uma flor clandestina num país a preto e branco

Era uma flor, uma flor clandestina. Nascera em segredo, num recanto escondido de um país a preto e branco, onde as cores eram proibidas. Não era dali, com certeza, pois era muito colorida.

Não se sabe como foi ali parar aquela flor. Talvez tivesse sido uma semente trazida pelo vento ou pelas asas de um pássaro, de muito, muito longe, que germinara na terra negra e húmida.

De dia para dia, as pétalas daquela flor clandestina ficavam cada vez mais coloridas. Eram sete pétalas, sete cores, as cores do arco-íris: uma pétala vermelha, da cor do fogo e da coragem; uma pétala laranja, da cor do sol e da alegria; uma pétala amarela, da cor das searas e da fraternidade; uma pétala verde, da cor dos prados e da esperança; uma pétala azul, da cor do céu e da liberdade; uma pétala lilás, da cor da madrugada e do amor; uma pétala violeta, da cor do poente e da paz.