«A dança», de Paula Rego |
De dia, viam-se
pouco, resguardando-se dos olhares indiscretos. Mas mal o crepúsculo descia
a cortina, abandonavam o recato das mansardas. Acendiam fogareiros e abriam pipas.
As mãos se davam a outras mãos enternecidas. Ouvia-se o acordeão e o pandeiro e
rompia o canto nas gargantas emudecidas. Pés febris matraqueavam a calçada e a
festa tomava conta da rua, noite dentro… até chegar a madrugada. Quase pobres,
pouco tinham de seu, mas… eram ricos de alegria. Quem diria...!
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